terça-feira, 1 de setembro de 2009

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Woman in Black


Foto de Vladimir Boroev

domingo, 21 de junho de 2009

Abraça-me Bem


Foto de Fátima Joaquim
Levantas o teu corpo cansado do chão.
Afasta esse peso que te esmaga o coração.
Abres uma janela e pergunta-te quem és.
Respiras mais fundo e enfrentas o mundo de pé.
Eu venho de tão longe e procuro há mil anos por ti.
Estendo a minha mão até te sentir.
Não sabemos nada do que somos nós.
Mas sabemos tanto do que muda por não estarmos sós.
Levantas os teus olhos para me olhar assim.
Procuras cá dentro onde me escondi.
E eu tenho medo, confesso, de dar.
O mundo onde guardo tudo o que mais quis salvar.
Tu dizes que não há outra forma de ficarmos perto.
Não há como saber se o caminho é o certo.
Só pode voar quem arriscar cair.
Só se pode dar quem arriscar sentir.
Abraça-me bem.

Mafalda Veiga

quinta-feira, 12 de março de 2009

Tanto Mar

Foto by Jorge Alves
Atlântico até onde chega o olhar.
E o resto é lava
e flores
Não há palavra com tanto mar
como a palavra
Açores
Manuel Alegre

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Invicta


Foto de Hugo Tinoco

Regressar ao Porto é sempre uma emoção!
Os seis anos que cá vivi, deixaram a sua marca indelével, pelo que posso até passar anos sem cá vir e até sem grandes exercícios recordativos…mas sempre que volto à Invicta estremeço.
Neste caso o habitual saudosismo do “…no meu tempo é que era”, extrema-se pela nostalgia desta minha casa adoptiva, o ter sido nos imprescindíveis anos de faculdade...quando se deixa a família e a ilha, onde se mergulha no mundo, se vive intensamente e se afirmam os valores.
Muito muda na cidade física, novas estradas e viadutos, centros comerciais, outros pontos de culto e novas rotas urbanas...
Mas a alma continua cá toda, intacta e imutável.
Continua a rudeza e voz alta das tripeiras, alternada com a beleza disfarçada das moças nortenhas.
Continua o palavrão ingénuo apregoado sem malícia, e o silêncio enigmático do rio.
Continua a agressividade delicada, despoletada à mínima injustiça, contrabalançando o calor emotivo de sentimentos puros.
Continua a humidade que sobe do Douro, enevoando o topo dos prédios, contrastando com o desafogo azul da foz.
Continuam as noites muito undergrond fashion e o conservadorismo das grandes famílias tradicionalistas. Os grandes movimentos neo artísticos e culturais que evoluem alternativamente, sem a exposição e notoriedade da capital, mas também sem as pressões populistas da exposição maciça.
O Porto continua a ser a “Invicta”, a Ribeira, a Boavista e a Foz. Continua a ser a névoa e o calor humano, o rude e o sofisticado...

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Olhar



Porque me olhas assim
No vago do teu olhar
Que é tão grande como o mar
Tão forte como tu em mim
Dedicado a L.

Texto de J.C.Fraga

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Regresso às Origens


domingo, 18 de janeiro de 2009

Voltei (1)


Voltei!!!
Faz agora mais ou menos 2 anos que a minha vida sofreu uma mudança…
Talvez radical, concerteza desejada, naturalmente necessária e evolutivamente natural.
Apesar de, até então, viver e até gostar de um certo “nomadismo” que, por certo traduzia não só uma adaptação às exigências profissionais da vida moderna, mas também a uma maneira de estar muito própria da juventude, que ambiciona ver mais e saber mais do mundo todo em que vivemos, vontade esta também talvez potenciada, pelas contingências insulares da infância.
Foi nesta “onda” que embarquei durante alguns anos em viagens sem rumo, em busca de mim, observando e devorando tantas essências...tantos lugares.
Gostei de viver no Norte e no Sul. Gostei do frio da Suécia e do calor do Brasil. Gostei do rigor Alemão e do caos Marroquino. Gostei da riqueza do Catar, mas também das carências de Cabo Verde. Gostei de “nuestros hermanos” e dos Vikings dinamarqueses. Gostei até de viver embarcado!
Mas apesar de gostar desse perfume inebriante do nomadismo, descobri quem era e que havia em mim uma mistura de mar e de lava...por isso voltei!
Cresceu em mim uma vontade natural de deixar de andar com a casa às costas, sem rumo marcado nem hora para chegar.
O calor e tranquilidade de um porto de abrigo, para lançar amarras e ficar serenamente a olhar o mar, foram o impulso para esta nova etapa da minha vida.
E foi assim que a lava temperou o mar, que de viajante me tornei residente!