quarta-feira, 20 de dezembro de 2006

Desta Lisboa cidade...saudade


Foto by Anticiklone
Há 3 dias que estou em Lisboa...há 3 dias que estou longe de ti!
Gosto muito desta cidade...aprendi a gostar ainda mais, ao longo destes quase 5 anos que aqui vivo...mas gosto muito mais de ti.
Por isso depois de passar um mês inteiro contigo, estou de volta à capital e a emoção do regresso não é a mesma.
Há 3 dias que regressei e ainda não fui ver o rio, sentar-me na esplanada do “Piazza di Mare” a ver o Sol descer no horizonte.
Ainda não cheirei a névoa que sobe do rio na madrugada fria.
Ainda não atravessei a ponte nem acelarei na A5, não fui andar de bicicleta para o parque das nações nem sentir o vento no areal do Guincho.
Apesar do frio, os dias estão solarengos e de céu azul, mas ainda não fui caminhar pelas ruas da baixa, tomar café na “Brasileira”, saborear o anonimato no meio da multidão.
Ainda não ouvi crioulo no autocarro nem o pregão da florista da Rua Augusta.
Ainda não senti o calor da castanha assada do Rossio nem o aroma da pastelaria Suiça
Ainda não comi o bife da “Portugália” e nem sequer um pastelito de Belém.
Ainda não desci do Castelo até Alfama, não vi os ciganos do Martim Moniz, nem o ceguinho tocador de harmónia da Praça da Figueira. Não vi os tropas a embarcar em Sta Apolónia, nem os yupies dos ministérios na Praça do Comércio.
Por incrível que pareça ainda não li o DN no café da esquina, nem ouvi os comentários futebolísticos dos reformados que por lá param. Ainda não ouvi o assobio da porteira nem o aspirador da vizinha de cima...
Há 3 dias que estou aqui...mas parece que ainda estou aí, contigo!!!
15 Dezembro 2006
dedicado a L.

quarta-feira, 13 de dezembro de 2006

Sinais...


Foto by Dani

Despedida


Foto by Veceslav
Vi-te partir
até te perderes lá no longe
e soprou-me no rosto o vento
que tudo mata cá dentro,
quando morrer é apenas
enganar o sentimento.
Cerrei os olhos da alma,
e sem querer
deixei a vista a olhar tempo infinito
para o lado onda foste,
na esperança de te ver voltar.
Agora fico sentado sobre o horizonte,
com os pés a balouçar
e esta tristeza triste, serenamente rude,
a persistir ficar em mim
como se alguém cá dentro morresse e outro alguém seguisse vivendo

Woman In Black


Foto by SS Studio

Sopro de Mar


Foto by Ozgur Ersin

Ao andar no meio do cimento
ouvi um sopro de mar
tão suave e tão longínquo
que julguei estares-me a chamar.
Pensando em ti então,
veio a mim a recordação
de tudo o que vivi à beira mar
e para sempre guardo no meu coração.
Vivo no meio do asfalto
mas a minha alma vive no mar,
aqui só vejo cinzento
mas sinto sempre o sal no ar.
Viajo a toda a hora,
minha alma está sempre aí.
Sonho com alvas gaivotas
sonho em estar ao pé de ti.
O grito do tritão
persegue-me todo dia,
suspira o meu coração
que para aí estar, tudo daria.


dedicado a L.

Terras de Lava


Foto by Gaspar Ávila

No Silêncio da Noite


Foto by Photopainter
Foi numa noite de luar,
Que me senti levar,
Foi então que tive em mente,
Ser estrela cadente,
Vaguear como duas almas apaixonadas,
Juntas pelo universo,
Libertar-me, das amarras da vida
Sendo livre de navegar pelo mundo,
Sem parte definida
Sem local de chegada
Sem destino escolhido.
Por vezes, procuro-me no luar
Fascina-me o seu olhar
Pergunto-me, se estou a sonhar
Não sei!
Sei apenas, que tenho sempre o luar,
Para me acompanhar!
Vitor Santos

Intenso Azul


Pico e S.jorge vistos da Terceira
Foto by António Araújo

Afirmei ao céu imenso
que o teu olhar,
tinha o azul mais intenso
que o céu nunca iria ter.
O céu riu-se de mim
e tornou-se mais azul
de um sublime azul, sem fim.
Mas ao ver o teu olhar
onde vivem prisioneiros
dois olhos de um azul sem par,
o céu entristeceu,
derrotado escureceu
e de nuvens se cobriu
para assim poder chorar.

Torre e Espada

Juntos


Foto by Louise
Enquanto houver um sorriso
Enquanto houver um fascínio
Vento a soprar-nos na cara
E a roupa a tocar na pele
Enquanto houver companhia
Nos avessos do caminho
Podem rasgar-nos a alma
Que há-de sobrar poesia
Enquanto lançarmos sonhos
Com a força da maré
E desvendarmos o mundo
Entre incertezas e fé
E as coisas oscilarem
Ao segredar-se uma jura
Podem rasgar-nos alma
Que há-de sobrar a ternura
Enquanto houver um disparo
Que rompa um silêncio vão
Enquanto o tempo doer
Ao escorregar-nos das mãos
E trocarmos a desculpa
Pela culpa da verdade
Podem rasgar-nos a alma
Que há-de sobrar-nos vontade

Susana Félix
Dedicado a L.

terça-feira, 12 de dezembro de 2006

Like Lovers


Foto by Eeloy

Se Eu Disser


Foto by Sarah State
Se eu disser que dura sempre
A vontade de a ter
Os meus olhos vão em frente
Ao azul dessa mulher
Se eu disser que é proibido
Enfrentar o meu destino
Ai se eu disser,
que ando louco... e não é pouco
Só por causa do amor dessa mulher
Se eu disser que dura sempre
A vontade de um olhar
Nasceu tudo tão de repente
Na cidade junto ao mar
Se eu disser...
que nunca me senti assim
entre a espada e a parede
nas alturas da paixão já não há rede
e eu ando louco
André Sardet
dedicado a L.

segunda-feira, 4 de dezembro de 2006


Foto by F. Monteiro
Enquanto houver estrada p´ra andar
a gente não vai parar
enquanto houver estrada p´ra andar
enquanto houver ventos e mar
a gente vai continuar
enquanto houver ventos e mar
Jorge Palma
dedicado a L.

Like Lovers



Foto by Guilherme Limas

Enquanto


Foto by Luís Ruivo

Enquanto houver um sorriso
Enquanto houver um fascínio
Vento a soprar-nos na cara
E a roupa a tocar na pele
Enquanto houver companhia
Nos avessos do caminho
Podem rasgar-nos a alma
Que há-de sobrar poesia
Enquanto lançarmos sonhos
Com a força da maré
E desvendarmos o mundo
Entre incertezas e fé
E as coisas oscilarem
Ao segredar-se uma jura
Podem rasgar-nos alma
Que há-de sobrar a ternura
Enquanto houver um disparo
Que rompa um silêncio vão
Enquanto o tempo doer
Ao escorregar-nos das mãos
E trocarmos a desculpa
Pela culpa da verdade
Podem rasgar-nos a alma
Que há-de sobrar-nos vontade


Susana félix

dedicado a L.

Lugar Encantado


Foto by Carla Maio

È um lugar encantado
entre o mundo e a solidão
onde se espreita estrelas
e a vida cabe nas mãos
sento-me em frente ao mar
olho para longe do fim
perdem-se barcos na espuma
não sei é dentro de mim
e fico um pouco mais
gosto de anoiteça aqui
só neste lugar tudo faz sentido
é uma praia onde a noite
me faz lembrar quem eu sou
sem ouvir o que me pedem
sem importar o que dou
antes de todas as mágoas
havia o mesmo luar
só eu cumpri a promessa
de cá voltar
e fico um pouco mais
gosto de anoiteça aqui
só neste lugar tudo faz sentido

Mafalda Veiga

Lisboa ComVida


Foto by Browsered

Lisboa...acolhedora e prazenteira
Te abres em leques de Sonho
em castelos e miradouros
A quem te ama de verdadeLisboa...minha amada
és também acordeão
Nas mãos de um vagabundo
No pico da inspiração...
Lisboa por inventar...
Sadio rosto lusitano...
misturas sangue nas ondas
Quando o Mar te vem lavar...

Carlos Silva

domingo, 3 de dezembro de 2006

Tempestade


Foto by Luky e

Quanto terror latente
nesse mar gelado
que desde sempre
levamos na alma.

António Castañeda