quarta-feira, 26 de julho de 2006

Ser Azul


Pintado na marina da Horta por Anticiklone em 1994

Parte-se com a mala cheia de saudades do que há-de vir, com uma vontade imensa de chegar ao destino.
Parte-se numa viagem pequena mas eterna, tal é o desejo de rever tudo e todos: os lugares, as paisagens, as pessoas...os amigos.
De ver o azul e o verde.
De ver os olhos que os iluminam.
De chegar, ficar e ser azul!
Quando se chega, tudo está igual, mas parece sempre mais bonito, mais azul. Revêm-se lugares e pessoas, matam-se as saudades e rápidamente se esquece tudo o resto, vivendo só o presente e saboreando cada momento o mais que se pode.
São os dias na praia com o sol e os amigos, com a beleza do mar, são os retornos crepusculares da praia e as noites convivendo com amigos e saboreando a frequente estrela cadente.
E é isto que é tão bom e especial?
É isto e muito mais!
É a fusão de um grupo de amigos com uma ilha que tem tudo para lhes dar. Um grupo de pessoas aparentemente com pouco ou nada em comum mas que no fim, nesta ilha azul, se unem e se divertem, pois sabem aproveitar o que ela tem de melhor para lhes oferecer.
Que mais se pode dizer?Num cenário azul e verde, onde mantos de hortências cobrem a terra, o Pico beija o céu, e o mar, ora calmo ora enraivecido, se estende para lá do que os nossos olhos conseguem ver, há alguém que sabe o valor do que o rodeia e faz por o merecer, não se cansando de olhar à sua volta, admirando cada pormenor que vê, cheira ou sente.Pode ter nascido em qualquer parte do mundo, viver ainda mais longe...mas se gostar desta terra e souber apreciá-la, seja de que maneira for, então esse alguém é filho da ilha azul.Então é azul!

Escrito por Lara Barreiros - 1993