quarta-feira, 2 de novembro de 2005

O início II

Dantes era apenas o azul...azul de mar e céu, azul de bruma rasgada pelo vôo das gaivotas...azul tranquilo.
E eis que fez-se silêncio por quase um dia.
O vento não soprou, as águas do mar não mexeram, as gaivotas não voaram e as nuvens não passaram.
E então houve um grande tremor de terra, o Céu retirou-se como um livro que se fecha, o Sol tornou-se negro, a Lua tornou-se como sangue e as Estrelas caíram sobre o mar. Ventos ciclónicos levantaram-se de todos os quadrantes para se cruzarem neste ponto do Atlântico e o mar tornou-se subitamente um monstro feroz.
Do mar subiu uma coluna de fumo negro que escureceu o ar e houve depois trovões, relâmpagos e terramotos. E atrás do fumo veio uma saraivada de fogo...o mar abriu-se cuspindo colunas apocalípticas de fogo, que coloriram de sangue as águas.
E por sete dias e sete noites o fogo e o mar coexistiram frenéticamente.
Quando o mar temperou o fogo, calaram-se os trovões e pararam os tremores...lentamente o céu voltou a abrir-se e o sol voltou a ser luz.
E foi então que emergiram ilhas...AS ILHAS.
Algures entre o fogo e o mar, a meio caminho entre a terra e o céu.