quarta-feira, 1 de fevereiro de 2006

Corpo Atlântico


A ilha será sempre a primeira nau do olhar.
Às chuvas de Dezembro seguir-se-á o sussurro brando
das folhas de Outono. A terra dirá em teu lugar
o corpo retomará a furtiva anunciação
dos seus frutos.
Toma-me então como o vento à folha,
o mar à alga, o coração ao fogo.
Escreve o meu nome sob a torrente do primeiro regato
que descer a colina.
Deixa-me, ébrio de lume e água, assim redimido
na solar concha da tua mão esquerda.


Hugo Santos