terça-feira, 14 de fevereiro de 2006

A Liturgia do Sangue


Caminharemos de olhos deslumbrados
E braços estendidos
E nos lábios incertos levaremos
O gosto a sol e a sangue dos sentidos.
Onde estivermos, há-de estar o vento
Cortado de perfumes e gemidos.
Onde vivermos, há-de ser o templo
Dos nossos jovens dentes devorando
Os frutos proibidos.
No ritual do Verão descobriremos
O segredo dos Deuses interditos
E marcados na testa exaltaremos
Estátuas de heróis castrados e malditos.


José Carlos Ary dos Santos