
Íamos quase no final de Abril...os dias corriam já ensolarados e no ar sentiam-se os aromas da nova estação.
Aquele miúdo porém andava inquieto, sobressaltado, quase desesperado.
Correu quintal acima galgando pedras e sebes, na direcção que só ele sabia e percorria todas as manhãs dos últimas semanas.
Depois parou, afastou uns ramos, olhou, procurou mas nada.
Desanimado já ia regressar quando subitamente...ali estava!
Bem escondida entre a folhagem como se quisesse fugir à cobiça dos homens.
Era perfeita, grande, bela, pura...
O miúdo contemplava estarrecido a primeira flor daquela roseira secreta que floria só para ele.
Agora sim, chegara o presente que religiosamente oferecia todos os anos, no primeiro Domingo de Maio.