terça-feira, 31 de janeiro de 2006

Foi bom lá voltar

Toca-me

Em Gestos Vejo

Em gestos vejo o teu olhar,
nas vontades o sonhar,
Pregas teus passos
a meus sentimentos,
Carregas em ti todos os meus sofrimentos;
Vives com esse nó na garganta
que não te deixa dizer!
Que não te deixa falar,
nos sentimentos tão singelos,
que tão facilmente poderias expressar!
Tens razão coração mas que hei-de eu fazer ?
Quando a boca se cala, o coração se amarra
nada mais nos resta que esperar!
Sonhar que um dia talvez tenhamos
coragem pra enfrentar o que a vida nos tem pra dar!
Talvez um dia sonhe acordado e te tenha
Simplesmente aqui
unicamente, só a meu lado...

Agostinho Oliveira Guto

quarta-feira, 25 de janeiro de 2006

PowerPlay


Cité

O último disco do brasileiro Lenine, a rodar com toda a insistência no meu leitor de CDs.
Para ouvir e degustar



terça-feira, 24 de janeiro de 2006

Azul Profundo

segunda-feira, 23 de janeiro de 2006

Lugar Encantado


É um lugar encantado
entre o mundo e a solidão
onde se espreita estrelas
e a vida cabe nas mãos
sento-me em frente ao mar
olho para longe do fim
perdem-se barcos na espuma
não sei é dentro de mim
é uma praia onde a noite
me faz lembrar quem eu sou
sem ouvir o que me pedem
sem importar o que dou
antes de todas as mágoas
havia o mesmo luar
só eu cumpri a promessa
de cá voltar
e fico um pouco mais
gosto de anoiteça aqui
só neste lugar tudo faz sentido
mesmo sem ti

Susana felix

Terras de Lava

domingo, 22 de janeiro de 2006

Será?


Será que ainda me resta tempo contigo
ou já te levam balas de um qualquer inimigo?
Será que soube dar-te tudo o que querias
ou deixei-me morrer lento, no lento morrer dos dias?
Será que fiz tudo o que podia fazer
ou fui mais um cobarde, não quis foi sofrer?
Será que lá longe o céu ainda é azul
ou já o negro cinzento confunde Norte com Sul?
Será que a tua pele ainda é macia
ou é a mão que me treme sem ardor nem magia?
Será que ainda te posso valer
ou já a noite descobre a dor que encobre o prazer?
Será que é de febre este fogo
este grito cruel que da lebre faz lobo?
Será que amanhã ainda existe para ti
ou ao ver-te nos olhos te beijei e morri?
Será que lá fora os carros passam ainda
ou estrelas caíram e qualquer sorte é bem vinda?
Será que a cidade ainda está como dantes
ou cantam fantasmas e bailam gigantes?
Será que o Sol se põe do lado do mar
ou a luz que me agarra é sombra do luar?
Será que as casas cantam e as pedras do chão
ou calou-se a montanha, rendeu-se o vulcão?
Será que sabes que hoje é Domingo
ou os dias não passam, são anjos caindo?
Será que me consegues ouvir
ou é tempo que pedes quando tentas sorrir?
Será que sabes que te trago na voz
que o teu mundo é o meu mundo e foi feito por nós?
Será que te lembras da cor do olhar
quando juntos a noite não quer acabar?
Será que sentes esta mão que te agarra
que te prende com a força do mar contra a barra?
Será que consegues ouvir-me dizer
que te amo tanto quanto noutro dia qualquer?
Eu sei que tu estarás sempre por mim
não há noite sem dia nem dia sem fim.
Eu sei que me queres e me amas também
me desejas agora como nunca ninguém.
Não partas, então?
Não me deixes sozinho…
Vou beijar o teu chão chorar o caminho
Será?


Pedro Abrunhosa

Catwoman

Luzes da Noite


Porto - Foz

Ilhas de Bruma



Foto by Quim Castilho

Acaso

No acaso da rua, o acaso da rapariga loira.
Mas não, não é aquela…
A outra era noutra rua, noutra cidade, e eu era outro.
Perco-me subitamente da visão imediata,
Estou outra vez na outra cidade, na outra rua,
E a outra rapariga passa.
Que grande vantagem o recordar intransigente!
Agora tenho pena de nunca mais ter visto a outra rapariga,
E tenho pena de afinal nem sequer ter olhado para esta.
Que grande vantagem trazer a alma virada do avesso!
Ao menos escrevem-se versos.
Escrevem-se versos, passa-se por doido, e depois por génio, se calhar.


Álvaro de Campos

sábado, 21 de janeiro de 2006

Maçã de Adão


Foto by Ivan Stav

Se Tu Existes


Não interessa se faz frio
já nem sinto a minha pele,
sinto o peso de estar preso
e querer ser-te fiel.
Acabaram-se as loucuras
com quem tanto aprendi,
começaram as ternuras
que contigo conheci…
Há um lugar dentro de mim
que só existe por ser p’ra ti,
quero-te amar tempos sem fim
desde o momento em que te vi.
O meu coração bate por nós
se tu existes, ele existe em ti
e desde então sou tua voz
e grito ao mundo que te descobri.
Tu sem mim ficas perdida
eu sem ti não sou ninguém,
só nos fica uma saída:
a força que o amor tem!

Rodrigo

terça-feira, 17 de janeiro de 2006

A Cidade Mais Bela

segunda-feira, 16 de janeiro de 2006

Pensar em Nada



Não estou pensando em nada
E essa coisa central, que é coisa nenhuma,
É-me agradável como o ar da noite,
Fresco em contraste com o Verão quente do dia.
Não estou pensando em nada, e que bom!
Pensar em nada
É ter a alma própria e inteira.
Pensar em nada
É viver intimamente
O fluxo e refluxo da vida…
Não estou pensando em nada.
É como se me tivesse encostado mal.
Uma dor nas costas, ou num lado das costas.
Há um amargo de boca na minha alma:
É que, no fim de contas,
Não estou pensando em nada,
Mas realmente em nada,
Em nada…

Álvaro de Campos

Woman in Black

Powerplay

Coldplay
Depois de “A Rush of Blood to The Head” e de “Parachutes”, depois da entrega de prémios MTV em Lisboa e do concerto no Pavilhão Atlântico…os Coldplay entraram definitivamente na minha prateleira de bandas preferidas.
“Y” é a última pérola desta banda britânica e que se encontra a rodar no meu leitor de CDs.

Terras de Lava


Foto by Rui Simas

domingo, 15 de janeiro de 2006

Sopro de Mar

Ao andar no meio do cimento
ouvi um sopro de mar
tão suave e tão longínquo
que julguei estares-me a chamar.
Pensando em ti então,
veio a mim a recordação
de tudo o que vivi à beira mar
e para sempre guardo no meu coração.
Vivo no meio do asfalto
mas a minha alma vive no mar.
Aqui só vejo cinzento
mas sinto sempre o sal no ar.
Viajo a toda a hora
minha alma está sempre aí.
Sonho com alvas gaivotas
sonho em estar ao pé de ti.
O sonho do tritão
persegue-me todo dia
suspira o meu coração
que para aí estar, tudo daria.


Joana Tiago

Suavidade


Foto by Paulo Lopes

Ainda Assim

Ainda que a minha alma estilhaces
quando me cravas o punhal da indiferença
Ainda que me envenenes as artérias
quando range o escarro do teu desprezo
Ainda que me envelheças a pele
quando a tua mudez me retira a voz
Ainda que me rasgues a carne
quando o silêncio me nega
Ainda que me apodreças em solidão
quando corrois os vestígios de ti
Ainda assim…
É no alto mar que me hei-de afogar


Sylilli

Porto Pim


Mar
De todos os cantos do mundo
Amo com amor mais forte e mais profundo
Aquela praia extasiada e nua,
Onde me uni ao mar, ao vento e à lua


Sophia de Mello Breyner Andersen

quarta-feira, 11 de janeiro de 2006

Lisboa Comvida



Foto by Ana Scarpa

Gosto de Lisboa














Gosto de Lisboa. Apesar de ser atlântico e de convictamente ser nas ilhas que me sinto bem…gosto de Lisboa.
Gosto mesmo muito de Lisboa, sobretudo quando a comparo com outras cidades europeias.
Toda a sua frente náutica, recortada pelos bairros típicos das suas colinas, com ruas, sítios e gentes deliciosamente interessantes, constituem imensas oportunidades para safaris urbanos.
E a luz…a luz desta cidade e o seu reflexo no Tejo, são decididamente o que mais gosto aqui…por isso adoro ficar junto ao rio ao entardecer, a fazer nem sei o quê!

Woman in Black
















Foto by A. Brito

terça-feira, 10 de janeiro de 2006

Apetece...

Despedida


















Toma esta pedra, disseste.
Semeia-a do lado esquerdo da nossa casa,
aí onde confluem os oceanos
e se agitam as marés.
Atenta nos insubmissos ventos que para ela correm
debruça-te depois ao espelho das suas águas.
Aí verás o teu rosto coroado de ventos e de albas
e decorarás os nomes serenamente tatuados
nas naus de todos os regressos.


Hugo Santos

sexta-feira, 6 de janeiro de 2006

Amigos



Foto by F. Monteiro

Power Play

quinta-feira, 5 de janeiro de 2006

Viagem

Provavelmente já terá fechado os armários da biblioteca, as janelas, subido ao sótão, aproximado da arca, tê-la-á aberto para folhear o album de fotografias, reler a carta, terá parado numa linha, tenho medo, medo que os próprios lençóis nos denunciem, depois de fechado tudo, terá passado pelo jardim, verificado com algum espanto que o rosto das estátuas envelhecera, à entrada do pátio demorar-se-á a olhar as bétulas que ajudara a plantar, fechará o portão, atirando a chave para o meio das silvas. E terá partido.
Eugénio de Andrade

David e Golias

quarta-feira, 4 de janeiro de 2006

Terras de Lava

segunda-feira, 2 de janeiro de 2006

A ameaça continua





Tal como se previa (?), todos os esforços para desencalhar o "CP Valour" da praia da fajã, foram infrutíferos...
Depois de mais uma telenovela portuguesa com protagonistas holandeses e um helicóptesro russo que vinha e depois não veio porque avariou em Sta Maria. Depois de "oficialmente" o combustível dos tanques ter sido declarado inofensivo mas ainda lá estarem 600 toneladas a espalharem-se pela costa. Depois de cabos enrolados nas hélices do rebocador com evidente atraso nas operações. Depois de, consequentemente o navio ter acamado, adornado e começarem os rombos no casco...finalmente a tripulação desertou e o armador considerou o navio irrecuperável, o que, para quem conhece as lides náutica, era a hipótese evidente há muito tempo.
Agora resta saber se o tempo previsto pelo armador, para o desmantelamento do navio (8 meses) será realmente cumprido!
É que será uma tarefa extremamente cara e com difículdade técnica suplementar devido ás condições adversas do mar, habituais na costa norte do Faial.
Contamos com a responsabilidade do armador pois, é compreensível que não é agradável gastar uma imensidade de dinheiro sem qualquer hipótese de retorno...esperemos que o armador esteja realmente disposto a cumprir a sua obrigação e que as autoridades se mantenham vigilantes em relação a isso, porque de contrário teremos um novo "Tolan", desta vez na nossa ilha.

Voltei

Depois de um curto espaço de férias, obviamente passadas nas ilhas, cá estou de novo nas ondas da blogosfera. Entretanto...BOM ANO NOVO