Ao andar no meio do cimento
ouvi um sopro de mar
tão suave e tão longínquo
que julguei estares-me a chamar.
Pensando em ti então,
veio a mim a recordação
de tudo o que vivi à beira mar
e para sempre guardo no meu coração.
Vivo no meio do asfalto
mas a minha alma vive no mar.
Aqui só vejo cinzento
mas sinto sempre o sal no ar.
Viajo a toda a hora
minha alma está sempre aí.
Sonho com alvas gaivotas
sonho em estar ao pé de ti.
O sonho do tritão
persegue-me todo dia
suspira o meu coração
que para aí estar, tudo daria.
Joana Tiago