terça-feira, 6 de dezembro de 2005

Um Homem Como Eu

Imagina um homem como eu…
não eu!
Um homem como eu, magro e grisalho
desses que até um véu dá de agasalho
Não eu… mas um homem como eu
que ama a fragilidade da lua e a tristeza das flores,
de todas as flores por causa tua.
Podes tentar…
Imagina um homem como eu
não eu!
que ama com as mãos e a voz
e, meu Deus, como são as tuas mãos…
São as mãos que todos nós, os homens como eu
beijamos só de olhar,
olhamos só de amar…
As mãos da mulher amada
são de ficar de mão dada, comendo um gelado,
olhando o céu dos pardais…
Não eu, que sou dos tais tão difíceis de gostar,
mas um homem como eu
feito só de imaginar.
Imagina um homem como eu
não eu!
Mas um homem que de seu
tem o medo inicial
da corrida das crianças
e o vermelho facial, das primeiras danças a dois,
quando sorris…
Mas que depois se deixa sempre levar
por tudo o que tu lhe dás.
Vá, diz!
Amar um homem como eu,
Eras capaz?


João Monge/ João Gil