Foto by Lavreshkin Ilia
Uma abelha, dessas que dizem ser italianas, entrou pela janela, obstinou-se em escolher-me, pousa-me no ombro, descansa de seus trabalhos.
Lisonjeado com aquela preferência, comecei a amá-la devagar, retendo a respiração, com receio de que não tardasse a dar pelo seu engano, que cedo viesse a descobrir que não era eu a haste de onde se avistavam as dunas.
Mas o seu olhar tranquilizava, era calma ondulação do trigo.
Agora só uma interrogação perturba a minha alegria: o que farei com o seu mel?
Lisonjeado com aquela preferência, comecei a amá-la devagar, retendo a respiração, com receio de que não tardasse a dar pelo seu engano, que cedo viesse a descobrir que não era eu a haste de onde se avistavam as dunas.
Mas o seu olhar tranquilizava, era calma ondulação do trigo.
Agora só uma interrogação perturba a minha alegria: o que farei com o seu mel?
Eugénio de Andrade