terça-feira, 28 de março de 2006

Tabernas


As tabernas do mundo têm uma luminosidade de cinza que deixa a cara dos marinheiros numa semi-obscuridade, enigmática, sem idade.
Não consigo adivinhar nada nos seus olhares turvos pelo vinho.. Nem donde chegaram nem que estrela os guiará para longe daqui. Ignoro se estão a embriagar-se, a seduzir ou a preparar alguma vingança de morte.
O ruído do porto vem definhar aqui dentro, nesta obscuridade saturada de sal e de vinho. O calor amolece os corpos. Os gestos suspendem-se e desfazem-se. Alguém, ruidosamente, bebe um trago de vinho e diz:
Este mar não é um mar como os outros, é um destino que se fecha sobre si próprio. Chegamos sempre aos lugares de partida…ou, pelo menos, assim acreditamos
Al Berto