sexta-feira, 21 de julho de 2006

Poema



O céu, azul de luz quieta.
As ondas brandas a quebrar,
na praia lúcida e completa.
Pontas de dedos a brincar
no piano anónimo da praia.
Tocam nenhuma melodia
de cujo ritmo por fim saia
todo o sentido deste dia.
Que bom se isto satisfizesse!
Que certo, se eu pudesse crer
que esse mar e essas ondas e esse
céu tem vida e têm ser.

Fernando Pessoa